domingo, setembro 28, 2014

Carta que jamais será lida.


Texto escrito na madrugada do dia 03 de Julho de 2014.

O que me invade agora já nem é mais a tristeza da perda ou a solidão por não te ter por perto. O que me dói mais é saber que me esforcei tanto pra fazer a gente dar certo, que não parei pra notar se você desejava o mesmo. Tuas palavras mentiram pra mim, tuas atitudes mentiram pra mim... Já tua decisão de se afastar foi certeira para que eu entendesse (ou pelo menos que deduzisse) quais eram as tuas reais intenções. E eu fico me questionando agora se o que foi dito ainda tem alguma validade e se o que ainda há pra ser dito terá alguma relevância. 

Nosso fim foi simplesmente pior do que o começo. Mais torto e atravessado e inesperado. Mas o intervalo... Esse ficará marcado, por inúmeras razões. Por todos os pontos positivos, pelas descobertas, pelo conhecimento adquirido, pelas decepções e principalmente pelos pontos negativos. Estar contigo foi uma escola pra mim, maior do que qualquer aprendizado que meus relacionamentos anteriores me trouxeram. 

Contigo eu aprendi que não basta ser boa para a pessoa, é preciso principalmente ser boa para si, para mim. Eu tentei de todas as formas cuidar de você, dos teus problemas, da sua felicidade, mas você me mostrou que não houve nenhuma relevância nisso. Que o fato de ter ou não te feito bem, de nada lhe vale. Até porque, suas atitudes de um mês atrás me dizem que você não precisa desse tipo de coisa, que isso lhe “sufoca”. Mas ainda assim, tudo bem. 

Aprendi também que nem sempre dar liberdade significa ser digna de confiança, ou ao menos deve ser isso que você pensou. Não houve um momento sequer que eu quisesse ter ousado lhe tirar a liberdade... Me deixei até ser trocada, em pleno sábado a noite, cujo teu lugar era na minha cama, por uma festa com seus amigos. Não fui a bruxa que te isolou e também não sei se consideraria ter sido. Mas ainda assim, você não confiou em mim o suficiente para se abrir e conversar comigo sobre os aspectos mais ínfimos de sua vida. E, ainda assim, tudo bem. 

Acho que seus defeitos deviam-me ser invisíveis, ou eu simplesmente devo ter aprendido a ignorá-los em favor da sua presença. Hoje questiono tal atitude. Se eu tivesse me feito ciente de toda a aura de problemas que te envolvia e que tu trazias, talvez estivesse mais consolada pelos rumos que toda essa complicação sentimental tomou. 

E ainda assim... é complicado saber o rumo que as coisas tomaram dentro de mim, porque te sinto vivo e latente nas minhas memórias e nos meus anseios. Te sinto presente em algumas conquistas e te desejo por perto nas pequenas derrotas de cada dia. E eu não sei o quão positivo isso será para mim, não sei qual é a lógica ou a finalidade de todo esse turbilhão de pensamentos doidos e situações hipotéticas que me surgiram. Eu já disse para algumas pessoas que nunca mais te quero do meu lado, por inúmeras razoes, por medo que os mesmos erros possam ser cometidos de novo por ti, ou por mim, enfim... mas ainda assim, te deixaria entrar de novo, pela porta da minha casa, do meu quarto e da minha mente, que enlouquece a cada vez que pensa em ti e que mesmo ciente de toda insanidade que isso representa, dá pulos ao te imaginar por perto outra vez.

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