quinta-feira, setembro 22, 2011

Nada é uma palavra esperando tradução

Eu jamais insistiria em algo que está fora do seu alcance, eu não exigiria tanto de ti. Nos perderíamos em nossos devaneios, mas jamais forçaríamos uma conversa. Ela fluiria, naturalmente, se fosse da vontade do Destino. Eu não importunaria você com algo fútil ou sem importância. Você não seria superficial, pelo contrário. Alguém profundo, misterioso e -de um jeito confuso- encantador. Temos os mesmos defeitos e sabemos tudo ao nosso respeito, entretanto isso pode não ser suficiente para nós. Dependendo da perspectiva que nosso amor é analisado, são esses pontos em comum que nos destroem. Eu grito, você me acalma, eles estranham, nós nos amamos. Mas pra ser sincera contigo, não me sinto à vontade com o nosso amor. Minha bipolaridade te perturba, sua monotonia me entedia. Em que galáxia esses dois opostos se atrairiam? Certamente, não nessa. Enquanto sou urgência, tu és tranquilidade. Nas profundezas da tua escuridão não enxergo nada, és vazio, és cheio. És contradição, e não lido bem com confusão. Não tenho dom de prever seus humores, contudo, espero que compreenda os meus. É injusto e eu entendo que seja difícil pra você. Entendo que seja complexo, mas saiba que eu preciso que você desvende os meus mistérios, que solucione os meus dogmas. A claridade da tua alma salta ao invisível dos meus olhos, e se aprofunda no precipício do meu coração. Queima. Aquece. E enfim, amortece. Inércia. Não sinto mais nada. Não há mais a necessidade do silêncio e nem a tua tranquilidade me acalmando. Só há o sentimento de perda e desolação. Aquele que um dia, mesmo que em sonhos, fora meu, agora é livre pra voar em todas as direções. É livre pra fazer o que bem entender. Mas eu ainda temo. Por mim e por você. Os questionamentos não se aquietam, não se calam. Se desmascaram e me fazem repensar... pesar os ocorridos, notando a disparidade dos nossos eu's. Sinto muito. 

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